O exercício físico não é a solução de todos o males e também não é como o "Melhoral®, não faz bem nem faz mal”, como infelizmente ainda é encarado por alguns profissionais de saúde,
O desporto e a atividade física regulares são efetivamente terapêuticas de suporte que podem e devem ser integradas nas várias etapas de doentes e sobreviventes oncológicos, tal como todos os medicamentos este carece de uma prescrição correta e efetuada por um profissional competente ou equipas multidisciplinares, que tenham rede de suporte , por forma a garantir uma dosagem adequado que evite efeitos secundários não desejados e a realização de acordo com os princípios FITT – frequência, intensidade, tipo e tempo.
As pessoas menos ativas têm maior probabilidade de contrair doenças não transmissíveis, como a doença cardiovascular, a diabetes e o cancro. Em 2010, a OMS estimava que a inatividade física fosse a principal causa de 21 a 25% dos casos de cancro da mama e de cancro do cólon. Esta evidencia tem-se vindo a tornar cada vez mais notória, tal como a evidencia do
efeito positivo que o cumprimento das recomendações da atividade física parece estar associado a uma redução do risco de algumas neoplasias (cancro da mama, cólon, endométrio, rim, mieloma, fígado e linfoma não Hodgkin).
Na fase pós-diagnóstica e pré-habilitação procede-se à otimização da capacidade funcional e cardiorrespiratória do doente antes do inicio do procedimento cirúrgico ou tratamento a medida mais utilizada é portanto a aptidão cardiorrespiratória (ACR), avaliada pela prova de esforço. São vários os ensaios clínicos que estudaram programas de exercício físico antes da cirurgia, estes têm demonstrado que um programa de exercício físico destinado a aumentar a ACR antes da cirurgia permite recuperar a ACR para valores similares aos iniciais após a recuperação pós-operatória enfatizando assim a importância da otimização da aptidão cardiorrespiratória antes dos tratamentos.
Existem também evidências robustas sobre os efeitos do exercício físico, nomeadamente de intensidade moderada-intensa e combinado (aeróbio e resistido), a nível da funcionalidade física e atenuação dos efeitos secundários durante o tratamento O exercício físico é uma medida terapêutica não farmacológica recomendada pela American Heart Association [AHA 2019] bem como pela European Society of Medical Oncology [ESMO 2020].
Após o tratamento, e de acordo com o American College of Sports Medicine, são inúmeros os benefícios trazidos pela administração de exercício físico, todos demonstrados através da evidência científica entre eles está a diminuição da ansiedade, depressão, fadiga, aumento da qualidade de vida e funcionalidade física, e todos eles com dosagens já estabelecidas de forma a atenuar estes sintomas pós-tratamento
Em suma a única coisa que faz realmente mal é não fazer coisa nenhuma, por isso não descure da sua dose regular de exercício físico quer esteja ou não a atravessar uma período mais difícil, o mais importante é que
mantenham-se ativos!! Bons Treinos e muita saúde!
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